domingo, 19 de setembro de 2010

O livro flutuante (Parte 1)

Um livro desceu flutuante pelo rio Amper.
Um menino pulou na água, alcançou-o e segurou com a mão direita. Sorriu.
Estava afundando até a cintura na gélida água dezembrima.
_ Que tal um bejo, saumensch?_ Disse.
O ar em volta era de um frio encantador, fantástico, nauseante, para não falar na dor concreta da água, que o endurecia dos pés aos quadris.

Que tal um bejo?
Que tal um bejo?
Pobre Rudy.
Pequeno aviso sobre Rudy Steiner .
ele não merecia morrer como morreu.

E conclui antecipadamente, como faria eu, que Rudy morreu nesse mesmo dia, de hipotermia. Pois não morreu. Esse tipo de recordacão só me faz lembrar que ele não merecia o destino que teve.
Em muitos sentidos, levar um menino como Rudy foi um roubo - tanta vida, tanta coisa por que viver -,mas, de algum modo, tenho certeza de que ele teria adorado ver os escombros assustadores e a inchação do céu na noite em que ele se foi. Teria gritado, rodopiado e sorrido, se ao menos pudesse ver a roubadora de livros apoiada nas mãos e nos joelhos, junto a seu corpo dizimado. Teria ficado contente em vê-la beijar seus lábios, poeirentes, atingidos pela bomba.
É, eu sei.
Na escuridão de meu coração tenebroso, eu sei. Ele teria adorado, com certeza.
Viu?
Até a morte tem coração.

A menina que roubava livros



Para mim, saber que rudy steiner ira morre, mim disamino totalmente.
Pobre Liesel, seu melhor amigo e namorado que ela nunca teve.


primeiras lágrimas derramadas lendo a menina que roubava livros, por Rudy steiner,o menino de cabelos cor de limão.

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